Franquias

Cotas de franquias: como funcionam? Entenda tudo aqui

Para aqueles que desejam empreender no ramo das franquias, uma das opções na atualidade diz respeito às cotas de franquias. Essas fazem referência ao modelo em que uma unidade de franquia é aberta com vários sócios, por meio de um contrato com cotas de participação.

Se você é interessado pelo mundo do franchising, veja nesse texto uma abordagem acerca das cotas de franquias e como ocorre o seu funcionamento.

Como funcionam as cotas de franquias?

Esse modelo de negócios no setor das franquias é também conhecido como co-franchising. Diferente, por exemplo, da microfranquia, opção feita por vários empreendedores que a escolhem por ser uma alternativa mais adequada ao potencial de investimento. Por outro lado, nas cotas, o empreendedor pode comprar cotas em unidades franqueadas de porte maior.

Com efeito, a opção de investimento comumente disponível em franquias exigia do futuro franqueado uma dedicação integral para lidar com o negócio e um capital suficiente para abrir uma unidade em sua integralidade. No entanto, não eram todos os interessados em abrir uma franquia que estavam dispostos a gastar o tempo, conhecimento e o capital necessários para a aquisição de uma unidade por inteiro.

Nesse cenário, existe essa alternativa em que haveria a divisão do valor de investimento em cotas. De tal modo a tornar os potenciais investidores em sócios da marca, sem estarem obrigatoriamente vinculados a uma operação da franquia.

Vantagens do sistema de cota de franquias

Em regra, as empresas podem oferecer esse sistema como opção de investimento pois, tradicionalmente, necessitariam de um investimento alto. Assim, o modelo de cotas seria viável como uma maneira de atrair mais investidores. Ademais, mostra-se mais prático no viés econômico para aqueles que almejam a aquisição de um negócio pensando em planos futuros. Especialmente aqueles que não possuem o capital necessário para suportar, por exemplo, um alto investimento inicial.

Além disso, outra vantagem das cotas de franquias é que a unidade pode se tornar um ativo do investidor.

Merece destaque o fato de que as cotas de franquias muitas vezes são veiculadas, nas redes sociais por exemplo, com ofertas de bons retornos financeiros, acima de outros investimentos mais tradicionais.

Posições contrárias

Por outro lado, é essencial salientar também algumas questões que precisam ser observadas a respeito das cotas de franquias.

Um dos problemas enxergados nesse modelo de investimento está representado pela ausência de liquidez, caso o investidor deseje se desfazer do investimento, no momento que considerar oportuno, a fim de recuperar o capital que foi aportado no negócio.

Além disso, é importante frisar como essa proposta pode ser vista.

Cotas de franquias

Caracterização como franquia

Isso porque, como visto, nesse modelo de cotas, alguém diz que o investidor terá uma cota de franquia e vai receber o lucro do investimento, sem necessitar trabalhar ou participar da gestão do negócio. Em que pese tal possibilidade represente um ótimo negócio, muitos entendem que não caracterizaria uma franquia.

Acima de tudo, cumpre salientar que uma franquia constitui um tipo de negócio que deu certo, por meio de testes anteriores, e que é replicado por um terceiro. Esse terceiro, em regra, é autorizado e treinado pelo dono da marca para replicar o negócio. Desse modo, o franqueador repassa o conhecimento (know-how) para o franqueado. Este, por sua vez, passará a operar a marca em uma determinada localização, através do pagamento de uma taxa de franquia ou royalties.

Nesse sentido, o franqueado precisa, necessariamente, gerir a sua unidade franqueada. Dessa maneira, se não há a gestão de um terceiro diferente do franqueador, essa operação não pode ser considerada uma franquia, mas sim uma filial. Havendo a compra por um investidor de parte dessa unidade, torna-se um sócio do franqueador, de modo que não haverá respaldo da legislação de franquias.

Fique atento

Sob esse viés, pode ser entendido que se o próprio franqueado, sem a anuência do franqueador, oferece cotas de franquias no mercado, tal ato poderia ser visto como ilegal. Logo, a venda de parte da unidade sem a concordância da própria marca responsável pela franquia pode ser vista como um repasse sem previsão legal.

Explicando: o investidor interessado em se tornar franqueado de determinada marca, em regra, deve passar por um processo de seleção, passando por treinamento e acompanhamento duradouro. No caso de desistência ou de não renovação do contrato com o franqueado, a loja somente poderá ser revendida para outro interessado que deve passar por processo seletivo semelhante.

Logo, a venda da franquia deve ocorrer com ciência acerca de quem está comprando e em quais circunstâncias. Desse modo, sob essa perspectiva, se existe um franqueado que não foi submetido a algum tipo de crivo do franqueador, o repasse através de cota não teria valor significativo perante o franqueador. Além disso, a franqueadora não seria responsável por prejuízos que o investidor possa vir a ter com o negócio.

A atuação como sócio-investidor

Não obstante, há sim a possibilidade de ser somente investidor de uma franquia. Isso sem necessariamente gerenciar o ponto comercial de forma direta, em hipótese que teria maior previsão legal. Tal modalidade é aquela em que existe a figura do sócio-investidor, em conjunto com um sócio-operador, o qual também precisa ser um franqueado.

Nesse prisma, a fim de caracterizar a franquia, deve haver a operação de um terceiro, ainda que haja um ou mais investidores. O aludido sócio pode ser selecionado previamente pelo investidor, ou inclusive indicado pela própria franqueadora.

Considerações finais

Conforme o exposto, o sistema de cotas de franquias está simbolizado pela ideia de repartir uma unidade de franquia original em “fatias”. Estas seriam vendidas para potenciais investidores com pouco capital para suportar uma unidade de franquia em sua integralidade.

Nesse prisma, as cotas de franquias podem funcionar como um excelente modelo de negócio, principalmente pelo fato de que o investidor receberá o lucro do investimento, sem necessitar, em regra, de operar ou participar da gestão do negócio. Deve haver atenção ao aspecto legal da questão.

Com enfoque principalmente ao fato de que os eventuais investidores sejam caracterizados como sócios da marca franqueada, sem que haja necessariamente um vínculo direto com a operação de uma franquia. Se você quer saber sobre investimento, não deixe de conferir os nossos artigos para aqueles que tem pouco para investir, e também algumas ideias de negócio com retorno rápido.

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